STP_2008_DHS_v01_M
Inquérito Demográfico e Sanitário 2008-2009
Demographic and Health Survey 2008-2009
Name | Country code |
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São Tomé and Príncipe | STP |
Demographic and Health Survey (standard) - DHS V
O Inquérito Demográfico e Sanitário de São Tomé e Príncipe (IDS-STP) é o primeiro inquérito do género realizado no país.
O Inquérito Demográfico e Sanitário de São Tomé e Príncipe (IDS-STP) é o primeiro inquérito do género realizado no país. O IDS-STP é um inquérito por amostragem, com uma representatividade nacional, promovido pelo Governo de STP e liderado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com assistência técnica de ICF Macro, uma instituição de cooperação americana encarregada do programa Internacional de Pesquisas Demográficas e de Saúde (IDS). O projecto IDS-STP recebeu apoio financeiro da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos da América (USAID), Projecto de Apoio ao Sector Social (PASS-Saúde), Banco Mundial, UNFPA, PNUD, Cooperação Portuguesa através do Projecto de Saúde para Todos, UNICEF e a Cooperação Taiwanesa.
O IDS-STP fornece informações sobre os níveis de fecundidade, a actividade sexual, as intenções reprodutivas (preferências em matéria de fecundidade), o conhecimento e a utilização dos métodos de planeamento familiar, as práticas de aleitamento materno, o estado nutricional das mulheres e das crianças menores de cinco anos, a mortalidade infantil, a mortalidade materna, a saúde da mãe e da criança, e sobre os conhecimentos, atitudes e comportamentos em relação à sida e outras infecções sexualmente transmissíveis. Novas vertentes incluídas na recolha incidem sobre a violência doméstica, o Estatuto da mulher, a utilização de mosquiteiros e os testes do VIH, da anemia e da hepatite B.
Durante o inquérito feito no terreno, de Setembro de 2008 a Março de 2009, foram inquiridas com sucesso 3.536 famílias (sendo uma taxa de resposta de 94,2%); nessas famílias,
2.615 mulheres de 15-49 anos e 2.296 homens com idades entre 15-59 foram entrevistados com sucesso e entre esses inquiridos, 2.378 mulheres e 2.110 homens com idades entre 15-49 foram realmente testados relativamente ao HIV (amostra ponderada).
As informações recolhidas no inquérito são representativas ao nível nacional, bem como por meio de residência (urbano e rural) e nas quatro regiões administrativas.
O IDS-2008/09 visa a obtenção de informações actualizadas e detalhadas sobre a fecundidade, a mortalidade das crianças menores de cinco anos, assim como sobre a saúde reprodutiva, a prevalência do VIH/sida e da Anemia e os conhecimentos e atitudes face ao VIH/sida e outras IST, incluindo a Hepatite B, mortalidade materna e informações sobre a violência doméstica.
Constituem objectivos específicos do IDS-2008/09 os seguintes aspectos:
PRINCIPAIS RESULTADOS
Os principais resultados desenvolvidos neste relatório encontram-se resumidos a seguir.
CARACTERÍSTICAS DOS AGREGADOS FAMILIARES
Mais de metade dos agregados familiares em STP tem electricidade (57%) e 94% tem acesso a fontes melhoradas de água potável, principalmente fontanários públicos ou água da torneira. Apenas 13% dos agregados dispõe de um retrete com autoclismo e mais de 61% das famílias não têm retrete no seu alojamento.
Esta pesquisa mostra que 39% dos chefes de agregados familiares são mulheres. Quase a metade das crianças (49%) menores de 15 anos vivem com ambos os pais biológicos e 16% não vivem com um dos pais biológicos.
FECUNDIDADE
Nível e tendência da fecundidade. Os dados do IDS-STP mostram que a fecundidade das mulheres em 2008-2009, ainda é elevada em STP. Com os níveis actuais, cada mulher daria à luz em média, até ao final da sua vida reprodutiva 4,9 filhos. Essa fecundidade é também precoce, visto que 23% das raparigas menores de 20 teve pelo menos um filho nascido vivo ou estava grávida no momento do inquérito. Em STP, menos de 1% das mulheres actualmente casadas ou em união de facto e de idade entre 45-49 anos, nunca tiveram filhos e poderiam ser consideradas estéris.
Fecundidade diferencial. Diferenças significativas em matéria de fecundidade aparecem entre os meios de residência: uma mulher urbana tem uma taxa de fecundidade significativamente menor (ISF de 4,4) do que uma mulher rural (5,5). Além disso, o número médio de filhos por mulher varia em função da região; de 4,4 crianças na Região Centro, passa para 5,7 filhos na Região Norte. Este índice também varia de acordo com o nível de escolaridade das mulheres (4,2 filhos por mulher entre aquelas que tenham atingido o nível de ensino secundário ou mais, contra 5,5 para aquelas com o nível primário) e o nível de bemestar dos seus agregados: 3,9 filhos em média para as mulheres pertencentes às famílias mais ricas, contra 5,6 filhos para aquelas de famílias mais pobres.
NUPCIALIDADE
Entre as mulheres de 15-49 anos, 62% vivia em união (casadas ou em união de facto) na altura do inquérito, e a proporção de mulheres que ainda permanece solteira numa idade superior a 40 anos é ligeiramente superior a 1%. Além disso, a prática da poligamia é relativamente generalizada; uma em cada quatro mulheres (25%) vive em união poligâmica. O início da vida em união continua precoce: 37% das mulheres com idade entre 20-49 vivia em união aos 18 anos e metade das mulheres entra em primeira união com a idade de 18,9 anos. As primeiras relações sexuais também ocorrem cedo e não são determinadas essencialmente pela entrada da vida em união; 53% das mulheres com idade entre 20-49 já tinham tido as suas primeiras relações sexuais e a metade das mulheres era sexualmente activa aos 17,8 anos.
Os homens começam a sua primeira união muito mais tarde; a idade mediana da primeira união para os homens de 20-59 anos, é de 23,4 anos. A idade na primeira relação sexual para os homens com idade entre 20-59 anos, é de 17,9 anos, o que significa que, ao contrário das mulheres, os homens começam a sua vida sexual muito antes da entrada em união.
PLANEAMENTO FAMILIAR
Conhecimento dos métodos contraceptivos. O conhecimento de métodos contraceptivos é generalizado (99% das mulheres de 15-49 anos conhece, pelo menos, um método moderno), e a utilização da contracepção moderna é relativamente alta em São Tomé e Príncipe (33% entre as mulheres de 15-49 anos casadas ou vivendo em união, utiliza actualmente um método moderno).
Prevalência contraceptiva. Com efeito, a taxa de prevalência contraceptiva entre as mulheres casadas ou vivendo em união é de 38% para todos os métodos e 33% para os métodos modernos. Os métodos mais utilizados são a pílula (15%), os injectáveis (12%) e o preservativo masculino (5%).
SAUDE DA MÃE
No que diz respeito aos cuidados pré-natais e às condições do parto, verificou-se que para os nascimentos ocorridos nos cinco anos anteriores ao inquérito, quase todas as mães (98%) tiveram pelo menos uma consulta pré-natal com pessoal qualificado, e 72% tiveram quatro ou mais. Entre as mulheres de 15-49 anos que tiveram um filho nascido vivo, durante os cinco anos anteriores ao inquérito, mais da metade (52%) recebeu durante a última
gravidez, duas ou mais doses da vacina contra o tétano neonatal, e 81% das mães com os últimos nascimentos vivos, estavam protegidas contra o tétano neonatal. Cerca de oito em cada dez nascimentos (79%) ocorreram num estabelecimento de saúde; 82% deles beneficiou da assistência de um pessoal de saúde durante o parto.
SAUDE DA CRIANÇA
A vacinação das crianças. Para a cobertura vacinal das crianças, é de notar que a grande maioria recebeu algumas vacinas: 96% das crianças de 12-23 meses recebeu o BCG; 87% recebeu as três doses da DTCoq, 87% as três da poliomielite e 84% foi vacinada contra o sarampo antes da idade de 12 meses. No total, mais de três quarto das crianças de 12-23 meses (77%) recebeu todas as vacinas do Programa Alargado de Vacinação (PAV) (sem febre amarela), antes da idade de 12 meses. Por outro lado, apenas 3% das crianças de 12-23 meses não recebeu nenhuma vacina.
POSSE E USO DE MOSQUITEIROS
O uso dos mosquiteiros é um meio eficaz de protecção contra os mosquitos que transmitem o paludismo. Para os mosquiteiros tratados com insecticida (MII), os resultados do inquérito indicam que apenas 61% dos agregados declarou possuir pelo menos um e 36% têm dois ou mais. O percentual de domicílios com pelo menos um mosquiteiro MII é maior nas zonas rurais (52%) do que urbanas (59%). Nos agregados dispondo de MII, três em cada quatro crianças menores de 5 anos, 71% de todas as mulheres de 15-49 anos e 72% das gestantes tinham dormido sob um MII na noite anterior ao inquérito.
NUTRIÇÃO
Amamentação das crianças. Quase todas as crianças (98%) nascidas durante os cinco anos anteriores ao inquérito foram amamentadas. Embora a maioria das crianças (86%) tinha sido amamentada no prazo de 24 horas após o nascimento, 12% recebeu alimentos antes do início do aleitamento.
Desmame e suplementos alimentares. A partir de 6 meses, todas as crianças deveriam receber uma alimentação suplementar. Pois, a partir dessa idade, o leite materno somente não é suficiente para o bom crescimento da criança. Em STP, uma proporção significativa de crianças consome alimentos complementares antes da idade de seis meses. Contudo, entre 6 e 8 meses, idade em que todas as crianças já deveriam estar recebendo alimentos de complemento, além do leite materno, apenas 73% são alimentadas dessa forma; na idade de 9-11 meses, esta proporção atinge quase nove crianças em cada dez (89%).
MORTALIDADE INFANTIL
Nível de mortalidade. Para o período mais recente (0-4 anos anteriores ao inquérito), os resultados mostram que em cada 1000 nadosvivos, 38 morrem antes de completar o seu primeiro aniversário (18‰ entre 0 e 1 mês completo e 20‰ entre 1 e 12 meses); em cada 1000 crianças de um ano, 25 morrem antes do seu quinto aniversário.
Globalmente, o risco de morrer entre o nascimento e o quinto aniversário é de 63 por mil nascimentos, ou seja cerca de 1 criança em cada 16.
Mortalidade diferencial. Os níveis de mortalidade são consideravelmente mais baixos nas cidades do que nas zonas rurais: a mortalidade infantil é de 42‰, em áreas urbanas (50‰ nas áreas rurais); para a mortalidade infanto-juvenil, os índices são, respectivamente, de 74‰ e 69‰. As crianças de mãe com o nível de ensino secundário ou mais e aquelas de mãe de agregados mais ricos também têm o risco de morte significativamente menor do que as outras.
MORTALIDADE MATERNA
A mortalidade materna é o indicador de saúde que mostra a maior disparidade entre os países em desenvolvimento e os paísesdesenvolvidos. Na África Sub-Sahariana, uma mulher tem um risco sobre 12 de morrer durante a gravidez ou o parto, contra uma possibilidade em 4 000 nos países ricos.
A estimativa directa da taxa de mortalidade materna, dada pelo IDS-STP, para o período 1999-2008 é de 158 óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos. Esta taxa é uma das mais baixas da África ao Sul do Sahara.
HEPATITE B
A infecção com a hepatite B é diagnosticada através da detecção do vírus no sangue total, o soro ou o plasma. A prevalência da infecção pelo VHB é de 6,1% entre as mulheres de 15-49 anos e de 9,3% entre os homens de 15-59 anos (10% entre os homens de 15-49 anos).
A Região do Príncipe tem menor taxa de prevalência tanto entre as mulheres (3,2%) como entre os homens (6,5%) e a maior taxa é observada na Região Centro (6,6% entre as mulheres e 11% para os homens).
VIH/SIDA
Conhecimento da Sida. O VIH/sida é conhecido por praticamente toda a população (99% das mulheres e dos homens). Globalmente, 68% das mulheres e 70% dos homens disseram que se poderia reduzir o risco de contrair o VIH/sida, usando o preservativo durante as relações sexuais e limitando as relações sexuais a um único parceiro fiel e não infectado.
A maioria das mulheres (65%) e dos homens (57%) relatou que uma mãe pode transmitir o vírus HIV para o filho através da amamentação.
Sida e estigma. O comportamento que as pessoas adoptariam perante as pessoas vivendo com o HIV/Sida é um índice do nível de estigma e discriminação contra as pessoas infectadas com o vírus. Cerca de 77% das mulheres disseram que estariam dispostas a acolher em suas casas e a cuidar de um membro da família com sida. Entre os homens com idade entre 15-49 anos, esta proporção é de 83%.
PREVALÊNCIA DO VIH
Taxa de cobertura. Os resultados do IDS-STP indicam que cerca de oito em cada dez pessoas deram algumas gotas do seu sangue para serem testadas ao VIH. A taxa de cobertura é maior entre as mulheres (88%) do que entre os homens (71%).
Taxa de prevalência. Os resultados do IDS-STP de 2008-2009 mostram que 1,5% dos adultos no São Tomé e Príncipe, com a idade de 15-49 são seropositivos relativamente ao VIH. A taxa de seroprevalência entre os homens de 1549 anos é maior do que a das mulheres da mesma faixa etária: 1,7%, contra 1,3%. Isso indica que o rácio de infecção entre os homens e as mulheres é de 1,31 ou seja, existe 131 homens infectados para cada 100 mulheres.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Os resultados do IDS-SPT indicam que um terço das mulheres (33%) referiu ter sido vítima da violência física a um determinado momento, desde a idade de 15 anos; e em 21% dos casos, as mulheres foram vítimas de actos de violência durante os últimos doze meses. Na maioria das vezes, o autor dessa violência é o marido ou o parceiro.
Os resultados mostram globalmente que em STP, 34% das mulheres já sofreu violência emocional, física ou sexual por parte dos seus maridos ou companheiros. Ao examinar esses resultados de acordo com cada tipo de violência, podemos ver que a violência física foi a mais frequentemente declarada pelas mulheres (27%). Além disso, mais de 8% sofreu de violência sexual. Por outro lado, actos de violência emocional afectaram 23% das mulheres.
Sample survey data
O Inquérito Demográfico e Sanitário (IDS STP 2008-2009) abrange os seguintes tópicos:
O tamanho da amostra a nível nacional foi de 3865 agregados. Foi uma amostra estratificada visando uma representatividade adequada dos meios de residência (Urbano e Rural), bem como os 4 domínios do estudo, que constitui as 4 regiões do país (Centro, Norte, Sul e Região Autónoma do Príncipe), permitindo disponibilizar uma estimativa de todos os indicadores chave.
Foram inquiridas todas as mulheres elegíveis (mulheres de 15 a 49 anos) para a entrevista individual em privado e todos os homens elegíveis (homens de 15 a 59 anos) nos agregados seleccionados para o efeito, nas mesmas condições.
Name |
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Instituto Nacional de Estatística (INE) |
Ministério da Saúde |
Name | Affiliation | Role |
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ICF Macro | MEASURE DHS | Technical assistance |
Name | Role |
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Governo de Sao Tome | Funding |
Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos da América, | Funding |
Projecto de Apoio ao Sector Social | Funding |
Banco Mundial | Funding |
Fundo de População das Nações Unidas | Funding |
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento | Funding |
Cooperação Portuguesa | Funding |
Fundo das Nações Unidas para a Infância | Funding |
Cooperação Taiwanesado | Funding |
Utilizou-se o método de amostragem probabilística, sistemática, estratificada e multi-etápica (2 graus), habitualmente usado neste tipo de amostras, baseada na listagem de unidades das áreas de enumeração no âmbito da grande operação estatística designadamente, o Censo 2001.
Constituiu a base de amostragem as 149 áreas de enumeração que foram seleccionadas na primeira etapa, seguindo-se dos alojamentos (agregado familiar) que são as principais unidades de amostragem, por ser unidades estatísticas estáveis, de fácil identificação e relativamente simples de actualizar. Com efeito, a unidade estatística de amostra é o alojamento.
O universo foi constituído por indivíduos que residem num determinado agregado familiar seleccionado, como unidade de observação principal, nos seus respectivos alojamentos previamente seleccionados. As unidades primárias de amostragem foram constituídas por conglomerados, ou seja, 149 áreas de enumeração actualizadas durante a operação cartográfica de 2001, como suporte do terceiro recenseamento geral da população e da habitação levado ao cabo em Agosto/Setembro de 2001, foram seleccionadas sistematicamente durante a primeira etapa.
Por outro lado, as unidades secundárias da amostra que são os alojamentos, foram seleccionadas na segunda etapa como uma sub-amostra autoponderada, na qual cada alojamento terá igual probabilidade de selecção na respectiva área escolhida. A unidade de observação nos alojamentos é o agregado familiar e os indivíduos que a compõem.
A estratificação da população visou sobretudo melhorar as estimativas para o conjunto da população e assegurar uma precisão para as estimativas dos diferentes subconjuntos da população.
O desenho da amostra para o IDS-STP não incidiu na população residente em instituições não residenciais, como hotéis, hospitais, quartéis militares, etc., ou seja, visou a população dos indivíduos que residem nos agregados familiares ordinários. O tamanho da amostra a nível nacional foi de 3865 agregados. Foi uma amostra estratificada visando uma representatividade adequada dos meios de residência (Urbano e Rural), bem como os 4 domínios do estudo, que constitui as 4 regiões do país (Centro, Norte, Sul e Região Autónoma do Príncipe), permitindo disponibilizar uma estimativa de todos os indicadores chave.
Como fora já mencionado, o procedimento para a tiragem da amostra é aleatória, estratificada e a dois graus. No primeiro grau, foram extraídas as 104 áreas de enumeração, seleccionadas sistematicamente com uma probabilidade proporcional ao seu tamanho. Cada uma das áreas seleccionadas foi devidamente actualizada, fornecendo desta forma uma listagem de agregados familiares, que permitiu proceder a tiragem sistemática do segundo grau da amostra das famílias com uma probabilidade de selecção igual.
Habitualmente, nos inquéritos desta natureza, a unidade estatística central a analisar, ou seja, a unidade de análise é o agregado familiar, já que se pretende, essencialmente, conhecer as características sociais e demográficas dos agregados.
O teste do VIH foi feito a todas as mulheres de 15-49 anos e homens de 15-59 anos de idade identificados como elegíveis através do questionário dos agregados familiares, enquanto o teste de hemoglobina foi realizado com sangue capilar em todos agregados familiares, sendo todas as crianças menores de 5 anos, homens e mulheres elegíveis. As crianças foram elegíveis no seio dos agregados, bem como homens e mulheres.
Também foi inquirido em 1/3 dos agregados familiares sobre questões de violência doméstica (Secção 12 do Questionário Mulher). Para esta secção, apenas 1 mulher foi seleccionada para responder as questões inseridas no respectivo módulo.
De acordo com a quadro que se segue, pode-se constatar que o respectivo estudo identificou cerca de 2.913 mulheres elegíveis, tendo por conseguinte sido inquiridas por volta de 2.615 (90%), por outro lado foram identificados cerca de 3.047 homens elegíveis, dos quais 2.296 foram inquiridos (75%).
Um total de 3.865 agregados familiares foi seleccionado no seio das 104 áreas de enumeração, sendo que destes 3.775 foram identificados e ocupados no momento do inquérito. Todavia, dos 3.775 agregados familiares identificados, 3.536 foram inquiridos com sucesso, representando uma taxa de resposta na ordem dos 94%.
No âmbito do IDS-2008/09 foram concebidos 3 tipos de questionários, obedecendo os critérios padronizados a nível internacional, os seja, estes questionários foram fruto da adaptação dos questionários standard, concebido pela Macro Internacional, tendo presente a realidade são-tomense. Produziu-se os questionários sobre o “Agregado Familiar”, “Mulher” e “Homem”, para além de outras fichas e suportes de apoio.
a) O questionário do agregado familiar visava a obtenção de informações sobre características demográficas gerais, educação, orfandade, a elegibilidade para o questionário individual homem ou mulher, a elegibilidade para teste do VIH, Anemia e Hepatite B, medidas antropométricas e o acesso do agregado à água, electricidade, fonte de energia utilizada para a cozinha, tipo de retrete, posse de alguns bens e outras características da unidade de alojamento.
b) O questionário individual mulher estrutura-se em 12 secções que permite recolher dados sobre mulheres de 15-49 anos. São as secções sobre: características da inquirida; reprodução; contracepção; gravidez, cuidados pós-natais e alimentação; vacinação das crianças, saúde e nutrição das mulheres e das crianças; casamento e actividade sexual; preferência em matéria de fecundidade; características do cônjuge e trabalho da mulher; VIH/sida; outros problemas de saúde; mortalidade materna; e, relações no agregado familiar (violência doméstica).
c) O questionário individual homem estrutura-se em 8 secções que permite recolher dados sobre homens de 15-59 anos. São as secções sobre: características do inquirido; reprodução; contracepção; Casamento e actividade; preferência em matéria de fecundidade; emprego e papel do sexo; VIH/sida, e; Outros problemas de saúde.
Após ter uma versão consolidada dos questionários, passou-se a fase do teste, com a realização do inquérito piloto junto às famílias previamente seleccionadas. Depois de se ter testado e analisado várias versões, a equipa técnica fez uma apresentação formal destes instrumentos durante um seminário com o objectivo de o validar. Donde se produziu a versão final para ser utilizado durante a etapa de recolha efectiva dos dados.
Start | End |
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2008-09 | 2009-01 |
Name |
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Instituto Nacional de Estatística |
Ministério da Saúde |
Uma equipa de supervisão composta por 4 Supervisores coordenou os trabalhos a nível das 4 regiões, que constituem os quatros domínios do estudo, nomeadamente: (i) Região Centro (distritos de Água Grande e Mé-Zóchi); (ii) Região Sul (distritos de Cantagalo e Caué); (iii) Região Norte (distritos de Lembá e Lobata); e, (iv) Região Autónoma do Príncipe.
Os controladores tinham a incumbência de coordenar e dinamizar a sua respectiva equipa, proceder a verificação dos questionários preenchidos antes de ser submetido ao supervisor, e apoiar na resolução de alguns problemas que eventualmente surgir no terreno, dentre outras.
FORMAÇÃO DOS AGENTES DE TERRENO E DIGITAÇÃO.
Esta acção foi realizada em várias fases, nomeadamente:
ORGANIZAÇÃO E PREPARAÇÃO PARA ARRANQUE DOS TRABALHOS DE RECOLHA DE DADOS.
Para garantir a operacionalidade dos trabalhos, foram tidas em conta as seguintes acções:
OPERAÇÃO DE RECOLHA DE DADOS
Integra pessoal de terreno, no âmbito do IDS-2008/09, os agentes inquiridores e de recolha de sangue (INQ), e os controladores (CON). Sob a supervisão da Unidade de Operação de Recolha do Gabinete do Inquérito, constituído por 4 Supervisores.
O pessoal de terreno trabalhou sob a base do contrato de prestação de serviço, não lhe dando o estatuto do funcionário público, salvo os que já o possuem, cabendo-os:
A recolha efectiva dos dados no terreno teve o seu início em 2 de Setembro de 2008, em simultâneo, a nível de todos os distritos de São Tomé. Enquanto, na Região do Príncipe só teve lugar em19 de Janeiro de 2009. É importante frisar que foi feito o pré-teste em Agosto de 2008.
Depois de se ter avaliado os primeiros trinta dias de recolha de dados, constatou-se que os 60 dias inicialmente programados não seriam suficientes para a conclusão dos trabalhos, o que levou a equipa técnica estender o período para mais 60 dias aproximadamente. Assim, a recolha de dados conheceu o seu término em Março de 2009.
Os trabalhos de terreno foram executados por 7 equipas, sendo cada constituída por: (i) 1 Controlador; (ii) 4 Inquiridores; e, (iii) 1 Técnico de Laboratório, na qualidade de agente responsável pela recolha de sangue, para além do motorista.
Os inquiridores aplicaram no terreno os três tipos de instrumentos de notação concebidos para o efeito, sendo nomeadamente: (i) Questionário do Agregado Familiar; (ii) Questionário Individual Mulher; e, (iii) Questionário Individual Homem.
Para a Região Autónoma do Príncipe, alguns membros da Equipa Técnica deslocaram à esta parcela do território nacional, com o objectivo de realizar uma acção de formação dirigida a equipa constituída por 6 agentes, seguido da recolha de dados propriamente dita no terreno.
Constatando as dificuldades deparadas com a supervisão dos trabalhos ao longo de recolha de dados, tornou-se necessário proceder a criação de uma equipa “ad hoc” para se ocupar com a organização, correcção e codificação dos questionários com vista ao seu tratamento informático.
Enquanto isto, para se proceder a digitação dos dados, que por falta do informático responsável que acompanhou a missão de assistência técnica do perito informático recrutado pela Macro Internacional, viu-se na necessidade de recrutar um informático e seu colaborador, mais uma equipa de 16 agentes (2 Supervisores, 2 editores de “bureau”, 2 editores secundário, 8 digitadores e 2 analistas do laboratório), quadros do INE e do Ministério da Saúde, para se ocuparem com a digitação dos dados recolhidos.
Deparou-se com algumas peripécias durante nesta fase, pelo facto do informático que havia sido preparado por um consultor da Macro ter deixado de trabalhar no INE, o que levou a repetição da missão de assistência técnica, com vista a munir os novos técnicos com conhecimento suficiente para levar ao cabo esta árdua tarefa e de estrema importância.
As estimações obtidas a partir de um inquérito por sondagem estão sujeitas a dois tipos de erros: os erros de medida e os erros de sondagem. Os erros de medida são aqueles associados à implementação da recolha e à exploração dos dados tais como a omissão dos agregados seleccionados, a má interpretação das perguntas por parte dos inquiridores ou dos inquiridos, ou os erros de introdução dos dados. Apesar de tudo ter sido feito para minimizar esse tipo de erro durante a implementação do IDS, São Tome e Príncipe 2008-2009, é difícil evitar e avaliar todos os erros de medição.
No entanto, os erros de sondagem podem ser avaliados estatisticamente. A amostra seleccionada para o IDS, IDS São Tome e Príncipe 2008-2009 é apenas um tipo entre um grande número de amostras do mesmo tamanho que podem ser seleccionadas na mesma população com o mesmo plano de sondagem. Cada uma dessas amostras pode produzir resultados um pouco diferentes daqueles obtidos com a amostra escolhida. O erro de sondagem é uma medição desta variabilidade entre todas as amostras possíveis. Apesar dessa variabilidade não poder ser medida com exactidão, ela pode no entanto ser estimada a partir dos dados recolhidos.
O Desvio-padrão (ET) é um índice particularmente útil para medir o erro de sondagem de um parâmetro (média, proporção ou taxa), é a raiz quadrada da variança do parâmetro. O desvio-padrão pode ser utilizado para calcular os intervalos de confiança nos quais se considera estar o verdadeiro valor do parâmetro com um certo nível de confiança. Por exemplo, o verdadeiro valor de um parâmetro encontrase nos limites do seu valor estimado mais ou menos duas vezes o seu desvio-padrão, com um nível de confiança de 95%.
Se a amostra tivesse sido tirada a partir de um plano de sondagem aleatório simples, teria sido possível utilizar fórmulas simples para calcular os erros de sondagem. No entanto, sendo a amostra do IDS-STP, uma amostra estratificada e tirada a dois graus, fórmulas mais complexas foram utilizadas. Um procedimento ICF Macro SAS foi utilizado para calcular os erros de sondagem seguindo a metodologia estatística adequada. Este procedimento utiliza o método de linearização (Taylor) para estimações tais como as médias ou proporções, e o método de Jackknife para as estimações mais complexas tais como o índice sintético de fecundidade e os quocientes de mortalidade.
O método de Jacknife deriva as estimações das taxas complexas a partir de cada uma das subamostras da amostra principal, e calcula as varianças dessas estimações com fórmulas simples. Cada subamostra exclui uma UPA nos cálculos das estimações. Assim, sub-amostras pseudo-independentes foram criadas. No IDS-STP, existem 104 UPA não-vazias. Por conseguinte, 104 sub-amostras foram criadas.
Existe um segundo índice muito útil que é a raiz quadrada do efeito do plano de sondagem (REPS) ou efeito de UPA: é a relação do desvio-padrão observada no desvio-padrão que teria sido obtido se uma sondagem aleatória simples havia sido utilizada. Este índice revela em que medida o plano de sondagem escolhido se aproxima de uma amostra aleatória simples de mesmo tamanho: o valor 1 da REPS indica que o plano de sondagem é tanto eficaz quanto uma amostra aleatória simples, enquanto que um valor superior a 1 indica um crescimento do erro de sondagem devido a um plano de sondagem mais complexo e menos eficaz do ponto de vista estatístico. O software calcula igualmente o erro relativo e o intervalo de confiança para cada estimação.
Os erros de sondagem para o IDS-STP foram calculados para algumas variáveis fundamentais. Os resultados do inquérito são apresentados num anexo do Relatorio Final para São Tome e Príncipe 2008-2009, para as 4 regiões. Para cada variável, o tipo de estatística (média, proporção ou taxa) e a população de base são apresentados no Quadro B.1 do Relatorio Final. Os Quadros B.2 a B.6 apresentam o valor da estatística (M), o desviopadrão (ET), o número de casos não ponderados (N) e os ponderados (N'), a raiz quadrada do efeito do plano de sondagem (REPS), o erro relativo (ET/M), e o intervalo de confiança a 95% (M±2ET) para cada variável. O efeito do plano de sondagem (REPS) é não-definido quando o desvio padrão, sob a amostra aleatória simples é zero (quando a estimação é próxima de 0 ou 1). No caso do índice sintético de fecundidade, o número de casos não-ponderados não é pertinente, porque o valor não-ponderado de mulheres-anos de exposição ao risco de gravidez não é conhecido.
O intervalo de confiança é interpretado da seguinte forma: para a variável Crianças nascidas vivas, o IDS-STP indicou um número médio de crianças nascidas vivas de 2,722 para o conjunto das mulheres, ao qual corresponde um desvio-padrão de 0,069 crianças. Em 95% das amostras de tamanho e características idênticos, o valor real do número médio de crianças nascidas vivas das mulheres com idade entre 15 e 49 anos encontra-se entre 2,722 - 2×0,069 e 2,722 + 2×0,069, ou seja 2,585 e 2,860.
Para a amostra nacional das mulheres, a média da raiz quadrada do efeito do plano de sondagem (REPS) calculada para todas as estimações é de 1,307 o que significa que, comparando com uma amostra aleatória simples, o erro de sondagem é multiplicado em média por um factor de 1,307 porque utiliza-se um plano de sondagem complexo (por UPA e a vários graus) e menos eficaz.
Name | URL | |
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MEASURE DHS | www.measuredhs.com | archive@measuredhs.com |
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O usuário dos dados reconhece que o coletor original dos dados, o distribuidor autorizado dos dados, ea agência de financiamento relevantes não têm qualquer responsabilidade pelo uso dos dados ou para interpretações ou inferências baseadas em tais usos.
Name | URL | |
---|---|---|
General Inquiries | info@measuredhs.com | www.measuredhs.com |
Data and Data Related Resources | archive@measuredhs.com | www.measuredhs.com |
Instituto Nacional de Estatística | nestp@cstome.net | http://www.ine.st/home.html |
DDI_STP_2008_DHS_v01_M
Name | Role |
---|---|
World Bank, Development Economics Data Group | Generation of DDI documentation |
2012-05-11