Abstract |
As diferenças quanto à homogeneidade espacial da evolução das principais variáveis associadas ao funcionamento do mercado de trabalho já foram identificadas em alguns estudos. Se, por um lado, o comportamento do nível da ocupação parece ser espacialmente neutro, o do emprego formal e da informalidade é heterogêneo, principalmente no que diz respeito ao recorte metropolitano. Essas evidências para o emprego formal, encontradas nos dados amostrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são examinadas em maior profundidade neste estudo, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE), que consiste basicamente de uma enumeração desse setor. Essas informações confirmam as diferenças na evolução, tanto no tempo quanto na distribuição espacial. Primeiro, tanto para a ocupação formal como um todo quanto para aquela restrita à indústria, o período 1995-1998 apresentou um crescimento muito modesto, ou mesmo retração. De 1999 a 2003, entretanto, o panorama foi radicalmente distinto, com um crescimento expressivo, provavelmente reflexo da mudança de regime cambial que conferiu um “ganho” de produtividade à produção nacional. Segundo, o processo de despolarização é claro, principalmente no caso da indústria, e em especial para regiões metropolitanas da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), lideradas pelos dois maiores pólos: São Paulo e Rio de Janeiro. Os beneficiários foram o próprio interior desses dois estados, bem como os estados vizinhos. |