O objetivo deste artigo é analisar a distribuição espacial dos efeitos de aglomeração sobre os diferenciais salariais, a partir dos retornos à educação no Brasil. Os dados sobre o mercado de trabalho do Brasil mostram que, entre 1995 e 2009, houve um crescimento real nos salários e uma elevação na escolaridade média dos trabalhadores. A Região Nordeste se beneficiou dessa dinâmica, mas a desigualdade regional persiste no Brasil. A literatura internacional e nacional, que integra a Economia Espacial Urbana com a Economia do Trabalho, sugere a existência de ganhos de aglomeração sobre os salários nas áreas urbanas densas. A concentração geográfica de capital humano pode ampliar esses ganhos e explicar grande parte do prêmio salarial urbano. Para encontrar o efeito de aglomeração sobre os retornos à educação nas 24 regiões metropolitanas do Brasil, uma equação minceriana ampliada foi estimada, econometricamente, a partir de um painel de microdados de trabalhadores formais. Os resultados mostram que existem ganhos de aglomeração sobre o retorno salarial à educação no Brasil. Estes ganhos foram mais favoráveis às regiões Norte e Nordeste. As áreas metropolitanas do Centro-Sul tendem a gerar ganhos a partir das habilidades individuais e não observáveis dos trabalhadores formais.