Autobiografização e Formação de Juventudes: Uma Reflexão Sobre a Produção da Vida na Periferia

Type Thesis or Dissertation - Título de Doutor
Title Autobiografização e Formação de Juventudes: Uma Reflexão Sobre a Produção da Vida na Periferia
Author(s)
Publication (Day/Month/Year) 2013
URL http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/6040/1/2013-TESE-ORBRAGA.pdf
Abstract
Este trabalho trata de uma reflexão sobre autobiografização e formação de juventudes na periferia da cidade de Fortaleza (CE) e visa analisar e refletir sobre os processos (auto) formativos de produção de si vividos nos grupos juvenis e sobre a produção da vida pessoal e coletiva no contexto da periferia. Parte, pois, do contexto socioespacial em que vivem os jovens e as jovens co-pesquisadores e co-pesquisadoras da pesquisa, abordando a condição juvenil, trazendo à tona o imaginário social contemporâneo e o campo das juventudes populares, destacando as significações sociais em torno desses segmentos no mundo atual. Essas reflexões apoiam-se em estudos de Henri Lefebvre, José de Souza Martins, Ana Fani Carlos, J. Habermas, Hannah Arendt, Karl Mannheim, Pierre Bourdieu, Giusepper Cocco, Machado Pais, Juarez Dayrell, Antonio Negri, dentre outros e outras. É resultado de uma pesquisa qualitativa com base epistemológica no campo da educação, com fundamentação nos elementos teórico-metodológicos da Pesquisa-ação e da Biografização, acionando um dispositivo de pesquisa autobiográfica, nomeado de “Museu das Juventudes: construção e movimento”. Três instrumentos deste dispositivo são utilizados para produzir e analisar os dados da pesquisa: os “Círculos de Contação de Si”, as “Cenas Fulgores” e o “Projetofuturo”. O trabalho parte das histórias de vida dos jovens e das jovens integrantes de grupos artístico-culturais que atuam no Pici, locus da pesquisa: Bando Oco do Mundo, Maria das Vassouras, Soltando a Voz, Coletivo Muquifo de Teatro, Subvercine, Grafiticidade, Casa da Mãe Joana e a ONG Escuta. Todos esses grupos estão organizados em torno do Coletivo de Culturas Juvenis (CCJ-Fortaleza), articulação que agrega os referidos grupos e tem o apoio técnico e político da ONG Diaconia, instituição também integrante da pesquisa. Autores como Jorge Larossa, Michel Foucault, Delory-Momberger, Christine Josso, Jacques Ardoino, Martín-Barbero, Jean Piaget, Edgar Morin, Maria Sposito, dentre outros e outras, foram fundamentais nesta parte da pesquisa. Os processos (auto) formativos juvenis na periferia também são analisados a partir de cenas fulgores, recurso cênico utilizado para trazer à tona dimensões do vivido juvenil, favorecendo reflexões de aspectos da subjetividade dos sujeitos, donde o corpo é considerando como material biográfico. As cenas fulgores favoreceram uma abordagem da condição juvenil com recorte de gênero. O construto utilizado na produção de dados culmina com a construção dos projetos-futuro, instrumental a partir do qual os sujeitos constroem ações que apontam para a continuidade de sua (auto) formação, considerando o conceito de formabilidade. Pretende-se que os achados da pesquisa contribuam para pensar os processos de formação no campo formal, não-formal e informal na periferia na área da educação, podendo também serem úteis, como corpus de conhecimento, para a sociologia da juventude.

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