O estudo reflete sobre as regularidades discursivas entre campanhas de alfabetização, tidas como mecanismos temporários e precários de atendimento, e a escolarização formal para pessoas jovens e adultas, compreendida como lócus de efetivação substantiva do direito à educação. As práticas analisadas evidenciam que a experiência dos sujeitos acionados pela ordem discursiva do “dispositivo da campanha” - estejam nos programas de alfabetização ou nas turmas de EJA - é fortemente demarcada pelas noções de abandono, evasão e desistência, que tornam-se sentidos típicos da experiência de escolarização de adultos. A pesquisa identifica esses sentidos numa relação de regularidade entre campanhas e escolas. Os efeitos de subjetivação desse dispositivo propõem um debate sobre a produção contemporânea de analfabetismo e subescolarização.