Abstract |
O Censo Demográfico de 2000 informa que 24,5 milhões de brasileiros são portadores de deficiência, o correspondente a 14,5% da população, percentual bastante superior ao encontrado nos levantamentos anteriores – menos de 2%. Isto não ocorre porque tenha aumentado a incidência de deficiências, mas pela mudança dos instrumentos de coleta de dados, por força das últimas recomendações da OMS de incorporar ao universo dos deficientes aqueles com “alguma ou grande dificuldade de andar, ouvir ou enxergar”. Tal inovação permite realizar um diagnóstico diferenciado de acordo com o grau de deficiência. Nesse sentido, este artigo propõe-se a separar, no grupo de deficientes em geral, aqueles com maior gravidade das deficiências reportadas, aqui convencionados como Pessoas Perceptoras de Incapacidade (PPIs). Três metodologias distintas (análises bivariadas, regressões logísticas e análise de correspondência) são empregadas e os resultados apontam a questão etária como a principal determinante do advento das deficiências em geral, mas não tanto das incapacidades. Concluise que o Censo Demográfico de 2000, ao incorporar no universo das deficiências aquelas do tipo “alguma ou grande dificuldade”, acabou por classificar grande parte da população idosa como deficiente, o que sugere a necessidade de políticas distintas para cada grupo. |