Abstract |
O envelhecimento da população, oriundo da queda da fecundidade e da maior longevidade, faz com que, no futuro, o grupo das pessoas que estarão disponíveis para o cuidado de idosos necessitados de assistência seja cada vez menor. Este artigo analisa o perfil do potencial cuidador informal de idosos no Brasil e no México e estima, mediante dois possíveis cenários, o contingente de ambos: o idoso que potencialmente demanda assistência (IPDA) e o potencial cuidador informal (PCI). O cuidador informal de idosos é o indivíduo que auxilia o idoso sem ser pago por isso. Na maioria das vezes é um papel assumido pela mulher, com predominância de esposas e filhas, e a intensidade do cuidado depende do grau de incapacidade do idoso. O mapeamento do Censo Demográfico de 2000 indica a existência de cerca de 7,5 milhões de pessoas maiores de 60 anos com registro de algum grau de incapacidade e, nos domicílios desses indivíduos, pouco mais de 8 milhões de pessoas entre 18 e 79 anos sem esta característica, ou seja, indivíduos que estão aptos para serem os cuidadores. A princípio, esses valores geram uma razão de quase um PCI para cada IPDA. O mapeamento dos dados do México em 2000 (IPUMS, 2008), mostra que o país tinha cerca de 970 mil de pessoas maiores de 60 anos com registro de alguma incapacidade (IPDA) e aproximadamente 2,7 milhões de pessoas entre 18 e 79 anos que não possuem estas características de incapacidade e vivem com os IPDA. Destes primeiros resultados percebe-se uma relação de quase 1 cuidador por idoso no Brasil e cerca 3 cuidadores para cada idoso no México. Com a construção dos cenários de demanda e oferta dos potenciais cuidadores informais, baseados em evidências empíricas sobre o perfil deste indivíduo, pode-se estimar a evolução do volume de PCI no período entre 2000 e 2015 e compará-la com a possível evolução dos IPDA para o mesmo período. |