Os resultados encontrados neste trabalho mostram que o retorno é aspecto de fundamental importância para a compreensão do processo migratório. A importância da migração intra-regional fica patente frente aos dados levantados. Dos retornados argentinos, 21,5% tinham como origem o Brasil ou o Paraguai, no caso dos brasileiros, 28,8% dos retornados declarou como residência em 1995 o Paraguai ou a Argentina e por fim, 91,7% dos paraguaios que retornaram ao país declaram ao censo de 2002 que residiam na Argentina ou no Brasil em 1997. De uma maneira geral, os retornados têm um nível educacional mais elevado daquele observado para os não-migrantes, mas no caso dos brasileiros retornados do Paraguai o seu nível educacional está bem próximo do encontrado para os não-migrantes residentes na zona rural. Tal fato pode ser explicado pela origem destes imigrantes de retorno que são, em sua maioria, agricultores. Em relação à participação no mercado de trabalho, mesmo considerando as dificuldades encontradas para compatibilizar os dados, observa-se que a migração internacional pode contribuir para a melhoria da possibilidade de emprego dos migrantes. Grosso modo, observa-se que há uma distinção entre os retornados dependendo da sua origem. Aqueles que retornam de países vizinhos, estão, em sua maioria, trabalhando por conta própria e em atividades, em geral, de um perfil de menor remuneração. Aqueles que retornam da América do Norte e Europa estão em atividades, em geral, melhor remuneradas e têm uma posição na atividade de empregado atuando no setor de serviços.