Uma das técnicas mais consagradas para a projeção da demanda demográfica por domicílios é o método das taxas de chefia domiciliar (headship ratio), que pressupõe que o número de domicílios existentes em um determinado território é igual ao número de chefes de domicílio na população residente. Assim, o estoque de domicílios é calculado segundo a hipótese de que cada chefe representa a necessidade de uma moradia. Entretanto, a aplicação dessa técnica em pequenas áreas é prejudicada pelo comportamento errático das funções de chefia, que inviabiliza a projeção de tendências. Este artigo sugere a utilização de funções padrão, estimadas por modelos polinomiais e métodos aditivos de interpolação matemática, para a projeção dessas tendências. Os parâmetros fixos, estimados em funções padrão, são ajustados por meio de regressões lineares, cujo modelo explicativo é composto por variáveis comportamentais e culturais obtidas em registros administrativos. O objetivo desse artigo é estimar a demanda demográfica por domicílios, para um conjunto de municípios brasileiros, comparando os resultados com os dados contabilizados no Censo Demográfico de 2000 para aferir a consistência da técnica.