Abstract |
O objetivo deste estudo foi avaliar a retinolemia e o consumo de alimentos-fonte de vitamina A e a sua associação com os níveis pressóricos arteriais em idosos. Consiste em estudo transversal, com amostra sistemática de 297 idosos inscritos no Programa de Saúde da Família de Camaragibe, Pernambuco, no período de novembro/dezembro de 2003. O status de vitamina A foi avaliado pela retinolemia (HPLC) e pelo consumo de alimentos-fonte de vitamina A (questionário de freqüência alimentar). Os níveis pressóricos arteriais foram classificados segundo a V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Encontrou-se prevalência de retinolemia inadequada (<1,05 mmol/L) de 26,3% (IC95% 21,4-31,9). A freqüência de consumo alimentar de vitamina A pré-formada (>3x/semana) foi menor (p=0,000) do que dos alimentos pro-vitamina A. A prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi de 58,6% (IC95% 52,7-64,3), com destaque para a hipertensão sistólica isolada. A retinolemia não mostrou correlação (p> 0,05) com o consumo dietético de vitamina A. Por sua vez, os níveis pressóricos também não apresentaram associação (p> 0,05) com o consumo de vitamina A. No entanto, a média da retinolemia foi maior (p= 0,02) no grupo de idosos classificados com HAS Estágio I, comparada àquela observada para o grupo de idosos com pressão arterial classificada como ótima/normal. Os achados evidenciam a vulnerabilidade dessa população à hipovitaminose A e à HAS. No entanto, o papel da vitamina A na modulação da função endotelial e na resposta inflamatória associada a HAS precisa ser mais bem investigado. |