Estimativas, Ajustes e Técnicas Estatísticas em Inquéritos de Saúde

Type Thesis or Dissertation - Doctoral Thesis
Title Estimativas, Ajustes e Técnicas Estatísticas em Inquéritos de Saúde
Author(s)
Publication (Day/Month/Year) 2013
URL http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-02042013-104046/en.php
Abstract
Introdução. Atualmente, inquéritos de saúde de base populacional utilizam diferentes estratégias para a obtenção de dados, como as entrevistas domiciliares e telefônicas, com a finalidade de monitorar fatores de risco e avaliar o acesso e utilização dos serviços de saúde, sendo essenciais no planejamento de políticas públicas em saúde. Objetivo. Estudar a aplicação de algumas ferramentas estatísticas utilizadas para a comparação de estimativas obtidas por diferentes inquéritos, construção de ajustes de pósestratificação e aplicação de técnicas de estimação em pequenas áreas, utilizando dados de inquéritos de saúde de base populacional realizados em áreas do Estado de São Paulo. Metodologia. Utilizando o módulo survey do pacote estatístico Stata nas versões 10.0 e 11.0 foram feitos três trabalhos. O primeiro (artigo 1) comparou estimativas segundo tipo de inquérito (domiciliar ISA-Capital 2008 e telefônico VIGITEL-SP 2008) por meio de regressão de Poisson ajustada por idade e escolaridade. O segundo (artigo 2) comparou ajustes de pós-estratificação utilizando distintos conjuntos de variáveis e três diferentes estratégias (ponderação por célula, técnica rake e uma terceira técnica combinada entre o ajuste por célula e a técnica rake). O terceiro (artigo 3) utilizou cinco técnicas (diretas e indiretas) de estimação em pequenas áreas para a obtenção de prevalências de características de saúde para uma área menor do Município de São Paulo (Distrito de Saúde do Butantã). Resultados. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre as estimativas obtidas pelo VIGITEL e ISA-Capital para as prevalências de realização de mamografia no último ano. No entanto, para as estimativas globais de realização do exame de Papanicolaou alguma vez na vida, no último ano e de mamografia na vida, foi possível verificar diferenças, com prevalências de cobertura superiores entre as entrevistadas pelo inquérito telefônico (artigo 1). Aplicando a técnica de pós-estratificação rake, foram observadas as maiores reduções de vício, principalmente quando consideradas as variáveis sociodemográficas, associadas a cada uma das características de saúde analisadas (artigo 2). As estimativas de pequenas áreas de diferentes características de saúde obtidas por meio da calibração e via modelagem, considerando os fatores associados a cada uma delas, foram as que tiveram maior semelhança com as prevalências consideradas como sendo os verdadeiros valores populacionais (artigo 3). Conclusões. Os resultados das comparações entre os inquéritos sinalizam a tendência de superestimação de alguns indicadores de cobertura de mamografia e de Papanicolaou nos dados de pesquisa via telefone, apontando para a necessidade de novos estudos que também contribuam para o melhor entendimento dos vícios e possíveis correções com novos ajustes de pós-estratificação (artigo 1). Apesar dos ajustes de pós-estratificação não corrigirem totalmente as estimativas, as diferenças encontradas não devem ser consideradas um impedimento para a realização dos inquéritos via telefone fixo, uma vez que eles contribuem para o direcionamento de ações e novas políticas de saúde no Brasil (artigo 2). A utilização de técnicas de estimação em pequenas áreas permite o uso de determinada pesquisa, que a princípio não tenha sido desenhada para tal objetivo, identificando necessidades de determinadas regiões, contribuindo para a implantação de ações preventivas e intervenções em saúde pública em nível local (artigo 3)

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