Abstract |
A transição demográfica brasileira ocorreu muito rapidamente ocasionando um envelhecimento na população que se acelerará nas próximas décadas. Associada aos ganhos na esperança de vida, a importância do envelhecimento, tanto individual quanto populacional, lança desafios sobre as condições de vida e bem-estar do idoso. Nesta linha, busca se analisar os diferenciais de gênero sobre o efeito do status sócio-econômico e o impacto da estrutura domiciliar na saúde do idoso pessoa de referência. Utilizou-se a PNAD 2003 para analisar condições de saúde selecionadas. O estudo abordou três grupos de resultados de saúde: morbidade; utilização dos serviços de saúde e mobilidade física. Entre os principais resultados, salienta-se que a morbidade auto-referida das mulheres é mais sensível aos diferenciais de renda. Em geral, a mulher idosa, pessoa de referência, apresentou maiores proporções de doenças crônicas, piores avaliações da saúde autoreferidas, maior dificuldade de mobilidade física, maior número de consulta ao médico, menor número médio de consulta ao dentista nos últimos 12 meses e menores taxas de internação. A auto-percepção é a variável mais sensível à posição relativa do idoso quanto à renda per capita domiciliar e à influência da estrutura domiciliar para ambos os sexos. A dificuldade de mobilidade física também foi sensível à renda para as mulheres. Resultados correlatos foram verificados para a influência da presença de filhos e/ou parentes. Em geral, o estado de saúde das mulheres é mais sensível à distribuição de renda do que dos homens. Fatores como estrutura etária, nível educacional, maior cuidado com a própria saúde e esperança de vida são fatores que estão associados aos resultados encontrados. |