Esse trabalho investiga os padrões etários de utilização de serviços de saúde, por sexo e cobertura por plano ou seguro de saúde, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2003 (PNAD-2003). A idade apresenta uma associação com a necessidade e a predisposição à utilização dos serviços de saúde, dada sua relação com a distribuição de saúde e de doenças. A variável sexo influencia na necessidade, na predisposição e na decisão de busca por atendimento médico. Como a utilização de serviços de saúde é também determinada pela oferta, tanto seu padrão como seu nível podem ser diferenciados, quando comparadas populações com diferentes status de cobertura por plano de saúde. Entretanto, essas variáveis são pouco utilizadas no planejamento e regulação dos serviços de saúde no Brasil. O objetivo desse trabalho é contribuir para discussão de parâmetros assistenciais mais adequados para a programação da assistência no sistema público e para a regulação do mercado de planos de saúde,com base nesses padrões. Os resultados indicam que mulheres e homens possuem diferentes padrões etários de utilização de serviços de saúde. No caso das internações, essas diferenças, são causadas, principalmente, por diferenças nas taxas de internações por motivo de parto. Embora as mulheres e a população com plano de saúde tenham maiores riscos de se internarem, os homens e a pessoas sem plano se hospitalizam com maior freqüência, além de apresentarem maiores tempos de permanência hospitalar. Existe uma menor cobertura assistencial do sistema público que do privado. Os padrões etários de utilização encontrados indicam que as faixas etárias estabelecidas pela regulação do mercado de planos de saúde não são adequadas à segmentação do risco, pois agrupa idades com diferentes níveis de utilização de serviços de saúde.