Abstract |
O cultivo da cana-de-açúcar tem relação direta atrelado ao processo histórico da colonização do Brasil. Nas últimas décadas a expansão do setor cresce exponencialmente em vários estados. Porém, ao mesmo tempo em que a gestão no setor atinge padrões de nível internacional no âmbito das transações, na gestão ambiental e crescentemente no emprego de tecnologia, as condições de trabalho nas lavouras canavieiras continuam sendo demarcadas pela exploração da força de trabalho em seu limite humano. Para responder de forma crítica este descompasso, o objetivo deste artigo é analisar as principais características socioeconômicas dos trabalhadores no setor canavieiro do Paraná, no tocante as condições da mão-de-obra e a geração de empregos em meio à expansão desta cultura Para tanto, recorreu-se à análise estatística de dados obtidos na PNAD do período entre 2002 e 2006 e da RAIS, bem como nas fontes de outros órgãos governamentais que registram essas atividades econômicas. Os resultados evidenciam que o aumento da produtividade e da área da lavoura de cana no Estado não tem refletido de mesma forma na remuneração dos trabalhadores e na geração de emprego, e principalmente, nas condições de trabalho nesta atividade, denunciando o antagonismo e a contradição do modo de produção atual. |