Abstract |
A incapacidade funcional é definida como a dificuldade, inabilidade ou impossibilidade em desempenhar certas atividades da vida cotidiana, tipicamente ligadas à sobrevivência (Atividades Básicas de Vida Diária ou ABVD) e à vida em sociedade (Atividades Instrumentais de Vida Diária ou AIVD) e é um evento frequente entre idosos. Além de fatores sociodemográficos e de saúde, o processo incapacitante pode ser influenciado também pelas relações entre as particularidades do indivíduo e o contexto social. O presente estudo objetivou estimar a prevalência da incapacidade funcional e sua associação com o capital social entre 2.271 idosos residentes da Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH. Cerca de 1/3 dos participantes (33,1%) apresentou-se incapaz para pelo menos uma AIVD e/ou ABVD; a prevalência da incapacidade para ABVD/AIVD foi de 18,6% e da incapacidade exclusiva para AIVD foi de 14,5%. Os idosos dependentes para AIVD e para AIVD/ABVD apresentaram chances mais elevadas de pior capital social, mas apenas o elemento de sensação de coesão ao bairro de moradia mostrou-se independentemente associado à incapacidade funcional (OR=1,80; IC95% 1,12-2,88). Nossos resultados evidenciaram a importância do capital social na investigação dos determinantes da incapacidade funcional e apontam para a necessidade de que outras políticas públicas sejam implementadas, nas áreas social e ambiental, visto que as necessidades dos idosos demandam medidas que vão além daquelas próprias do setor saúde. |