Abstract |
Na década de 80 e início da década de 90 o Brasil conviveu com altíssimas taxas inflacionárias, a chamada hiperinflação, as quais chegaram a 60% a.m.. Neste período o reajuste dos preços e dos salários se efetuava em pequenos intervalos de tempo, visando minimizar as perdas salariais, o que efetivamente não acontecia. As altas taxas inflacionárias dissociavam a real noção dos valores dos preços e salários. A partir de 1º de julho de 1994 foi implementado o Plano Real, sem congelamentos ou confiscos, apoiado na âncora cambial, visando o controle inflacionário. Após sua implementação a inflação se estabilizou, bem como as expectativas dos agentes econômicos, levando a inflação a índices muito inferiores aos anteriormente experimentados que se mantiveram em torno de 1% a.m. Apesar da inflação se reduzir a níveis muito baixos, chegando a períodos de deflação, esta continuou a existir e sempre foi positiva. Este trabalho verificou que o Plano Real atingiu seu objetivo fundamental de estabilização do nível geral dos preços e que mesmo existindo inflação, esta não foi superior ao reajuste do salário mínimo no período, o que acarretou num aumento real no valor deste na ordem de 40,14% no período. Verificou-se ainda que junto do aumento real no valor do salário mínimo, este obteve um aumento em seu poder de compra quando comparado a cesta básica de alimentação, pois esta teve uma redução real de 17,51% em seu valor no período, logo com o salário mínimo valendo mais e a cesta básica de alimentação custando menos temos um aumento do poder de compra deste em 69,96% comparativamente a cesta básica de alimentação. Devemos salientar que apesar desta melhora do bem estar do trabalhador assalariado, o salário mínimo encontra-se ainda muito abaixo do efetivamente necessário e para um trabalhador e sua família suprirem suas necessidades. |