O estudo dos movimentos migratórios internos é fundamental para melhor perceber as
relações de equilíbrio (desequilíbrio) inter e intra regiões. No espaço nacional, os
migrantes, à semelhança do que acontece em termos internacionais, deslocam-se à
procura de emprego, salários mais elevados e melhores condições de vida. As regiões
mais desenvolvidas atraem os indivíduos residentes nas economicamente mais débeis,
potenciando ou agravando a sua situação e fragilizando-as cada vez mais em termos de
capital humano. A concentração populacional nas regiões de acolhimento pode
potenciar uma mudança favorável ao crescimento económico e à promoção social. Nos
dias de hoje, a previsão da evolução espacial da população portuguesa será determinada,
em última instância, pelas migrações. No quadro migratório regional, apesar do
contributo significativo das migrações internacionais (tanto da imigração como da
emigração), as movimentações internas desempenharão um papel crucial. Devido à
escassez de informação sobre os fluxos migratórios internos a análise desta componente
é tradicionalmente reduzida, em termos forçados, à análise da migração líquida entre
regiões (diferença entre o total de entradas e o total de saídas), informação que, embora
seja importante para a avaliação da capacidade de atracção em termos espaciais, é muito
redutora no que respeita ao perfil de migrantes que se deslocam entre as regiões. A
título de exemplo, um saldo migratório positivo pode ser originado pela entrada na ...