A emigração é um marco na sociedade cabo-verdiana. A história do país está
impreterivelmente ligada à dinâmica emigratória. Entretanto, a partir da década de 90,
Cabo Verde passou a ser destino preferencial de pessoas de diversas nacionalidades,
principalmente da CEDEAO (Comunidade do Estados da África Ocidental), na
sequência da entrada em vigor do Protocolo da Livre Circulação de Pessoas e do
Direito de Residência e de Estabelecimento dos nacionais da comunidade, assinado em
Dakar em 25/05/1079 e ratificado por Cabo Verde em 1982, pela Lei nº18/II/821
, que
facilita a mobilidade na região. Assim, o país passa a enfrentar uma dupla realidade: é
simultaneamente um estado de emigração e imigração.
Apesar de sempre receber estrangeiros, as características e os objectivos nem sempre
foram os mesmos. Eram pessoas altamente qualificadas e vinham por vias diplomáticas,
cooperação e/ou investimentos, não se competindo com os nacionais no mercado de
trabalho. Esta situação veio a alterar-se com a entrada e a livre circulação dos cidadãos
da CEDEAO no país: o número dos imigrantes nos últimos anos aumentou
significativamente. As razões são diversas e enquadram-se no contexto das migrações
internacionais, com características comparáveis às outras correntes migratórias actuais.