Estilo de Vida e Comportamentos de Risco de Estudantes Trabalhadores do Ensino Médio de Santa Catarina

Type Thesis or Dissertation - Título de Doutora
Title Estilo de Vida e Comportamentos de Risco de Estudantes Trabalhadores do Ensino Médio de Santa Catarina
Author(s)
Publication (Day/Month/Year) 2003
URL https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/85853/197031.pdf?sequence=1
Abstract
O objetivo do estudo foi diagnosticar a situação laboral, caracterizando o estilo de vida de estudantes trabalhadores, matriculados em escolas públicas estaduais do Ensino Médio do Estado de Santa Catarina. Esta pesquisa, de caráter transversal, foi considerada como um estudo epidemiológico descritivo, sendo os dados coletados através de um questionário, previamente testado em estudo piloto. A população incluiu adolescentes entre 15 e 19 anos de ambos os sexos. A amostra foi determinada por um processo de múltiplos estágios, estratificada por região geográfica (incluindo as Coordenadorias Regionais de Educação - CREs), tamanho da escola e turmas. Foram utilizados os programa EPI-INFO 6.0 e o software SPSS 9.0 for Windows, incluindo medidas de tendência central, dispersão e representação gráfica dos dados. Para as associações, utilizou-se o Qui-quadrado. Participaram desse estudo 5.083 escolares, sendo 40,6% (n=2.064) do gênero masculino e 59,4% (3.100) do feminino. A idade média dos sujeitos foi de 17,1 anos (DP=1,16). A maioria era solteira (96,7%; n=4.888), não tinha filhos (97,9%; n=4.920) e morava com a família (94,8%; n=4.809). Referiram não possuir irmãos 3,9% (n=185), de 1 a 2 irmãos 62,2% (n=2.900) e 3 ou mais 35,5% (n=1.551). Relataram coabitar com até quatro pessoas na família 60,7% (n=2.872). Informaram estar trabalhando 54,7% (n=2.751). Entraram no mercado de trabalho precocemente (14,52 anos), atuando principalmente no comércio, como balconista, caixa ou empacotador(a); a maioria recebe salário, mas apenas 36% possui carteira assinada. A maioria relatou gostar do emprego, mas 19,9% (n=453) consideram seu trabalho perigoso e 11,8% (n=298) já sofreram algum tipo de acidente no trabalho, sendo que 7,7% (n=21) ficaram com seqüelas. A distribuição de fumantes não foi significativamente diferente entre escolares trabalhadores (7,1%,n=192) e não trabalhadores (6,4%,n=145). Três em cada quatro escolares trabalhadores (71,2%, n=1936) referiram ingerir álcool. Também no consumo de drogas ilícitas não houve diferença entre trabalhadores ou não. Os rapazes que trabalham estão mais sujeitos ao envolvimento em acidentes de trânsito, em dirigir alcoolizado e envolvimento em brigas do que os não trabalhadores. Houve uma associação significativa entre todos os comportamentos de risco analisados. Os rapazes apresentaram tempo médio semanal de prática de atividades físicas superior ao das moças. Não se verificou nenhuma associação entre e os níveis de atividade física e consumo de frutas e verduras com sobrepeso/obesidade. Observou-se tendência de redução na proporção de estudantes insuficientemente ativos com o aumento do número de aulas de educação física; portanto os escolares que são dispensados ou que não fazem EFC (Educação Física Curricular) tendem a apresentar níveis mais baixos de Atividade Física. O voleibol foi a atividade preferida e o basquetebol a mais rejeitada. Os alunos trabalhadores, principalmente as moças, relataram gostar do tempo que passam na escola. Embora a relação com a escola seja prazerosa, o trabalho, para muitos, pode representar um rito de violência à saúde, principalmente quando
desenvolvido em local ergonomicamente inadequado.

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